terça-feira, 28 de setembro de 2010

A(s) Biena(is)l ! Por Paulo Vinicius


                                         

             A TV Cultura sempre investiu num lado digamos mais ousado da TV, afinal passar programas educativos nas manhãs enquanto a Globo colocava a Xuxa para descer de uma nave espacial não é para qualquer um. Mesmo com toda a transformação do público (que hoje é viciado na atualização e na brevidade das informações) a emissora sempre leva ao espectador um olhar novo e correto sobre tudo. Sim a palavra é correto, uma vez Zuenir Ventura disse que o primordial para um repórter é que ele realmente queira estar ali para o seu público.A TV Cultura é assim,você tem a certeza de que aquela matéria não só para cumprir pauta.Ela permite que você pense sobre o assunto e vá além do lugar comum.
            No caso dessas reportagens a 29ª Bienal de São Paulo é apresentada ao espectador de duas maneiras bem distintas,uma é pelo programa Metrópolis (da TV Cultura) e a outra pelo Estúdio i ( que passa na Globo News). Na matéria da TV Cultura temos a exploração de vários temas e fontes. Um deles é o “Povo Fala” onde o povo realmente fala, ou seja, dá a sua opinião seu parecer não só representa um papel pré fabricado. Outra questão é que eles usam o tema da Bienal como gancho para um assunto válido, o da ditadura. O espectador é convidado a refletir sobre a obra. Além disso, temos uma variedade de pequenas pautas, eles não focam em um só assunto ou em uma só peça há uma pluralidade. Já a reportagem da Rede Globo nos apresenta uma Bienal onde o estranho e o incomum é o centro. O evento que
é considerado um dos três principais do circuito artístico internacional é resumido de uma maneira tão leviana que chega a dar ‘vergonha alheia’.A reporter apenas cumpriu a pauta e repetiu os pontos que julgava serem relevantes não há nada além disso. No fim ela entrevista o artista que tem uma instalação na Bienal.É como se o diferente , o bizarro, o que chama mais a atenção de maneira instanêa fosse mais interresante o mais noticiavel.Em momento algum o espectador é convidado a refletir,pelo contrario a fonte faz qualquer pessoa se perder e não compreender nada.Assim eles de certa maneira fazem uma divisão muito tipica de um jornalismo cultural mal feito o de colocar o artista num pedestal.Como se só ele fosse capaz de produzir e nós meros mortais  só consumir.Porque na Industria Cultural arte é algo que se consume,se compra.  
            É preciso que haja respeito com o jornalismo cultural produzido hoje pelas grandes emissoras,onde não há nenhum tipo de pesquisa ou de interrese por parte do reporter.A arte tem como um de seus nobres fundamentos a reflexão,a expansão de ideias.E o que o jornalismo atual passa,é uma arte
fast food,sem o menor tempo do espectador parar para pensar.Ao assistir estas duas reportagens temos a noção clara disso.Enquanto uma explora várias referências,pautas,ideias.A outra vai para o comum, esperado e fugaz.O telejoralismo de algumas emissoras vêm reduzindo a cultura há algo passageiro e que precisa ser subistituido a todo tempo e consequentimente ‘educando’ o público há pensar dessa mesma forma.

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