Um dos pilares do jornalismo cientifico é fazer a ponte entre sociedade e ciência. Afinal cientistas e pesquisadores não publicam estudos e teses para os leitores, mas para profissionais da área. Portanto o que o jornalista faz é traduzir o fato através de analogias e exemplos para quê o espectador compreenda. Mas o que vem acontecendo há anos no jornalismo cientifico é um misto de histeria, confusão e sensacionalismo. A reportagem do Jornal Nacional sobre a criação de uma célula artificial que foi ao ar na ultima quinta-feira (23) mostra com maestria os principais deslizes do jornalismo atual.
Ciência e magia se confundem, o repórter nos apresenta várias soluções para grandes problemas, doenças, deficiências enfim mais uma vez a TV nos dá a ilusão de que a ciência colocará fim em todos os nossos males. Não precisamos fazer nada é só sentar no sofá e esperar. Outra questão é que os cientistas não trabalham com verdades absolutas e incontestáveis, eles lidam com a probabilidade, porém no jornalismo isso não existe, não pode existir. A solução? Transformar pesquisas embrionárias, recém publicadas em respostas definitivas. A descoberta descrita nessa reportagem está no inicio ainda e a palavra revolução é usada de maneira fácil e sem a menor preocupação. No final os repórteres transformam um grande estudo que envolve vários profissionais em um veredicto simples e definitivo. Criando no espectador uma falsa esperança, um simulacro de uma descoberta. A transformação é a única constante na ciência. Energia, matéria tudo está sempre mudando, fundindo-se, crescendo, porém essa incerteza não cabe nas linhas do script e portanto é ignorada.
O “Projeto Genona” é um bom exemplo dessa histeria.Há dez anos jornalistas de todo o mundo anunciavam a grande revolução. Com o mapeamento completo do DNA humano o paciente poderia descobrir que iria sofrer de câncer por exemplo, anos antes de desenvolver a doença. Bom, no papel e na TV isso é lindo mas na pratica estamos há anos luz de tal acontecimento.Atualmente o “Projeto Genona” é considerado um dos maiores rombos da história,levou varias empresas farmacêuticas a falência.Além disso toda aquela certeza de que a cura para as doenças estava a um passo de se concretizar não passou de promessa.
Ao mesmo tempo que a mídia nos ilude ela nos apavora,na reportagem eles afirmam que sim existe a descoberta, no entanto imediatamente criou-se uma preocupação. Encurtar o caminho resulta numa histeria sem motivo. As células artificiais mal saíram no laboratório e já podem ser usadas para o mal. O mal alias é protagonista, não sei se por paranóia dos americanos, mas dificilmente existe uma reportagem cientifica sem a ameaça eminente. Para quê? Para fazer do filme de ficção cientifica algo mais completo e emocionante. Assim que espectador vai resistir?
Em suma o que a TV faz é uma representação da ciência, não só de um assunto especifico, ou de uma descoberta X tudo é modificado, alterado. Desde a escolha das fontes até as imagens que vão ilustrar a matéria. O telejornalismo adaptou a ciência aos seus moldes e para isso muita coisa se perdeu. Depois de assistir essa reportagem estamos diante de mais um “Projeto Genoma” para confirmar é só uma questão de tempo.
Ciência e magia se confundem, o repórter nos apresenta várias soluções para grandes problemas, doenças, deficiências enfim mais uma vez a TV nos dá a ilusão de que a ciência colocará fim em todos os nossos males. Não precisamos fazer nada é só sentar no sofá e esperar. Outra questão é que os cientistas não trabalham com verdades absolutas e incontestáveis, eles lidam com a probabilidade, porém no jornalismo isso não existe, não pode existir. A solução? Transformar pesquisas embrionárias, recém publicadas em respostas definitivas. A descoberta descrita nessa reportagem está no inicio ainda e a palavra revolução é usada de maneira fácil e sem a menor preocupação. No final os repórteres transformam um grande estudo que envolve vários profissionais em um veredicto simples e definitivo. Criando no espectador uma falsa esperança, um simulacro de uma descoberta. A transformação é a única constante na ciência. Energia, matéria tudo está sempre mudando, fundindo-se, crescendo, porém essa incerteza não cabe nas linhas do script e portanto é ignorada.
O “Projeto Genona” é um bom exemplo dessa histeria.Há dez anos jornalistas de todo o mundo anunciavam a grande revolução. Com o mapeamento completo do DNA humano o paciente poderia descobrir que iria sofrer de câncer por exemplo, anos antes de desenvolver a doença. Bom, no papel e na TV isso é lindo mas na pratica estamos há anos luz de tal acontecimento.Atualmente o “Projeto Genona” é considerado um dos maiores rombos da história,levou varias empresas farmacêuticas a falência.Além disso toda aquela certeza de que a cura para as doenças estava a um passo de se concretizar não passou de promessa.
Ao mesmo tempo que a mídia nos ilude ela nos apavora,na reportagem eles afirmam que sim existe a descoberta, no entanto imediatamente criou-se uma preocupação. Encurtar o caminho resulta numa histeria sem motivo. As células artificiais mal saíram no laboratório e já podem ser usadas para o mal. O mal alias é protagonista, não sei se por paranóia dos americanos, mas dificilmente existe uma reportagem cientifica sem a ameaça eminente. Para quê? Para fazer do filme de ficção cientifica algo mais completo e emocionante. Assim que espectador vai resistir?
Em suma o que a TV faz é uma representação da ciência, não só de um assunto especifico, ou de uma descoberta X tudo é modificado, alterado. Desde a escolha das fontes até as imagens que vão ilustrar a matéria. O telejornalismo adaptou a ciência aos seus moldes e para isso muita coisa se perdeu. Depois de assistir essa reportagem estamos diante de mais um “Projeto Genoma” para confirmar é só uma questão de tempo.
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